Ivone Silva, de seu nome completo Maria Ivone da Silva Nunes Viana, nasceu a 24 de abril de 1935, em Paio Mendes e faleceu em Lisboa, a 20 de novembro de 1987.
Filha de José António da Silva e de Ermelinda Rosa Nunes Dias, 15.ª neta de Duarte Galvão, ambos ligados profissionalmente à arte da alfaiataria, sendo que entre os seus irmãos se destaca a também atriz, Linda Silva.
Desde muito cedo conviveu com o ambiente ligado às artes cénicas, já que o pai também era ator, tendo participado com algum destaque em filmes portugueses como O ladrão da Luva Branca e O Zé do Telhado.
Ivone Silva, aos 10 anos, após a morte do pai, ingressa no colégio até terminar a escolaridade mínima.
Aos 13 anos, começa a trabalhar como costureira e, posteriormente, como empregada do comércio, atividades para as quais não sentia a mínima vocação.
Na década de cinquenta, com 16 anos, Ivone Silva emigra para Paris, onde trabalhou dez anos, tendo regressado a Portugal, em 1963. Seguindo o conselho de amigos próximos, que insistiam na sua vocação natural, o teatro, Ivone decide não voltar para Paris e ingressa no teatro de revista como “discípula” do empresário teatral José Miguel.
Nesse mesmo ano, estreou-se no teatro ABC com a peça Vamos à Festa. Posteriormente, a atriz entrou em Gente Nova em Biquini, considerado o seu trabalho de revelação. O êxito e reconhecimento popular eram já uma realidade.
Ivone Silva recebeu em 1966 o Prémio de Imprensa para a Melhor Atriz de Teatro Ligeiro e, nesse mesmo ano, o Prémio Estevão Amarante, repartido com o seu colega José Viana. Na revista seguinte, Chapéu Alto, Ivone Silva foi já cabeça de cartaz. Embora com incursões noutros espaços e géneros teatrais, foi no Parque Mayer e na revista que Ivone Silva impôs o seu perfil de intérprete.
Na sua carreira destacam-se, entre muitos outros trabalhos, Lábios Pintados (1963), Ai Venham Vê-las (1964), Ó Zé Aperta o Cinto (1971), Pronto a Despir (1972), Uma no Cravo, Outra na Ditadura (1974), Para trás Mija a Burra (1975), O Bombo da Festa (1976), Feliz Natal, Avozinha e Oração (1979), Andorra (1980), Não Há Nada Para Ninguém (1981) e, por último, Não Batam Mais no Zezinho (1985).
No cinema, Ivone Silva participou em O Destino Marca a Hora (1969), de Henrique Campos, e A Maluquinha de Arroios (1970), do mesmo realizador.
Na televisão, a atriz desenvolveu, com maior repercussão, trabalhos como Sabadabadu (1981), um programa várias vezes premiado, da autoria de César de Oliveira, em que Ivone fazia inesquecíveis duetos cómicos com o ator Camilo de Oliveira, em que representavam dois alcoólicos, Agostinho e Agostinha intitulado «Ai Agostinho, ai Agostinha», A Feira (1978), do mesmo autor, Ivone Faz Tudo (1979) e Ponto e Vírgula (1984).
Em dezembro de 1986, Ivone Silva interrompeu o seu trabalho na revista Isto é Maria Vitória, devido a problemas de saúde.
Em abril de 1987, abandonou o elenco da revista Cá Estão Eles e foi internada no Instituto de Oncologia, tendo falecido a 20 de novembro desse mesmo ano, em Lisboa, vítima de cancro da mama.