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Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense

Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense

Associação Recreativa Filarmónica FrazoeirenseA Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense foi fundada em 08-09-1841 pelo comendador Higino Otto de Queiroz e Mello, no lugar da Frazoeira, freguesia de Dornes, concelho de Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém.

Na altura, não dispondo de sede própria, a Filarmónica Frazoeirense passou por varias sedes provisórias nos lugares de: Frazoeira, Outeiro da Frazoeira, Casal do Carril, Carril e Frazoeira (Casa Visconde de Tinalhas) e em 1957 é então construída a sua sede própria onde ainda se encontra no lugar onde foi fundada.

Em 2011 a sede sofreu obras de ampliação e restauro, o que veio criar mais e melhores condições para desenvolver o seu trabalho, e acolher quem os visita e acompanha, bem como proporcionar à população desta região do interior, espetáculos a que de outro modo não teriam acesso, por exemplo, os concertos da Orquestra Sinfónica Juvenil, da Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, Encontros de Bandas, Teatro, Grupos Corais, etc., sempre completamente esgotados.

Com 178 anos, não é possível saber quantos músicos passaram por esta coleti¬vidade, por falta de registos, no entanto, há a certeza de que por ali passaram centenas de músicos, famílias que se foram sucedendo.

Neste local aprenderam música, sempre com ensino gratuito, tal como atualmente. Representa uma ocupação sadia dos tempos livres dos jovens deste interior, cada vez mais desertificado, e um importante trampolim de sucesso para os que querem vingar nesta área, tal como se tem verificado em vários casos.

A Filarmónica Frazoeirense, tem atualmente 50 músicos efetivos de ambos os sexos, na sua maioria jovens.

Para ser possível dar continuidade à banda, funciona semanalmente uma academia de música, com cerca de 30 alunos, cujas aulas são ministradas pelo maestro e por dois professores de música.

Em setembro deste ano, esta academia sofreu uma grande transformação nomeadamente no método de ensino. Cada aluno tem aulas de formação musical em turma e aulas individuais e grupais de instrumento.

É uma aposta forte na formação de novos músicos pois são eles o garante da continuidade e futuro da banda. Este ensino é totalmente gratuito, incluindo o transporte.

Atualmente é Maestro e Diretor musical da Filarmónica, Cassiano Pestana Saraiva Pereira, e tem como professores da Academia de música, Maria de Jesus Cotrim Pestana e Samuel Cotrim Pestana.

Esta coletividade foi reconhecida como Instituição de Utilidade Pública, publicado no Diário da Republica em 15/01/1993 II serie n.º 12, pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos. Encontra-se ainda filiada na Federação Portuguesa de Colectividades de Cultura e Recreio e no Inatel.

Atualmente a Associação tem 380 sócios efetivos, assim como o apoio da população em geral que possui um grande carinho e respeito por esta Associação. Todos aqui tiveram, ou têm, instrumentistas seus familiares.

A Associação Recreativa e Filarmónica Frazoeirense, tem como atividade principal a banda de música, com atuações durante todo o ano, em festas religiosas e civis. Participa ainda em convívios de outras bandas filarmónicas, concertos, inaugurações, receções a entidades oficiais e arruadas.

É organizadora da Via Sacra “Uma Vela a Jesus” que se realiza anualmente em domingo de ramos e que junta largas centenas de fiéis percorrendo em oração os cruzeiros desde Paio Mendes até Dornes, retratando a paixão de Jesus.

Nas comemorações dos 170 anos desta Associação, foi lançado um livro intitulado “Vidas pela Música” de autoria da Drª Teresa Mendes, também ela antiga executante desta banda. Neste livro encontra-se toda a história desta Associação. O Livro, termina com este texto da autora e que retrata, nomeadamente, o sentimento com que cada músico sente e vive e Filarmónica.

“A Filarmónica Frazoeirense está viva, reúne-se em cada semana, ensaia, programa, sonha, ambiciona fazer mais e melhor.

A música faz os melhores amigos: todos seguem ao mesmo ritmo, esperam uns pelos outros, respeitam as entradas de cada um, exprimem tristezas, melancolias, alegrias e exuberância, harmoniosamente e sempre contando com todos.

Mesmo que pareça pobre um trecho, pouco colorido um naipe, só no conjunto se revela o sentido e o esplendor que cada peça oferece.

É impossível não ser amigo daquele com quem se procura afinar constantemente o som, daquele que dá profundidade e grandiosidade a cada uma das frases que se interpreta, daquele que, durante horas por semana, se senta na mesma sala, interpreta a mesma melodia ou se empenha em saber qual o melhor momento para entrar, qual a intensidade necessária, ou quando o pianíssimo se impõe para que seja o outro a sobressair…

Ser Filarmónica em 170 anos é ser uma larga comunidade que aprende a força de caminhar, acertando o passo com quem marcha ao lado, onde ecoam as melodias de ontem e não são nunca estranhas às de hoje.” (Teresa Mendes)

Na última década, fruto de um trabalho em prol da comunidade, foi criado um grupo de teatro com cerca de 15 atores, todos eles amadores, denominados “Re-Nascer”, uma vez que já no século passado fazia parte desta Associação um grupo de teatro.

Este grupo, ano após ano tem apresentado sempre uma nova peça de teatro, que enche a sala de espetáculos várias vezes ao ano. Hélio Antunes, um jovem que “nasceu” nesta casa, é desde o inicio o encenador deste grupo.

No ano de 2016, nasceu um grupo coral denominado “Grupo Coral da Frazoeira” o qual tem vindo a dar largos passos nesta área, e conta com cerca de 25 elementos. Esta iniciativa surgiu na sequência da necessidade que se sentia da existência de um grupo deste âmbito no concelho. É Maestrina do Grupo Coral, Teresa Alcobia.

Facto Histórico

Alfredo Keil, faz parte da história da Filarmónica Frazoeirense e passava férias regularmente no concelho de Ferreira do Zêzere, na localidade de Vales e ficava hospedado na estalagem D. Aninhas, por vezes acompanhado pelo Rei D. Carlos I. Além de muitos desenhos que ilustram e mostram bem como era o Zêzere antes da construção da barragem do Castelo do Bode, editou também o livro “Tojos e Rosmaninhos”, cuja temática explora a vida e as paisagens do concelho.

Alfredo Keil escreve também “A Portuguesa” em 1890, tendo-se dirigido a esta filarmónica para experimentar ao vivo, a marcha que tinha composto, uma vez que era a banda mais próxima.

Quanto ao local, onde “A Portuguesa” foi ensaiada pela primeira vez, a pedido de Alfredo Keil, pouco se sabe. Não há nada que indique o local preciso, devido ao facto de não existir nessa data uma sede própria. Aquilo que se sabe é que a Filarmónica Frazoeirense foi fundada na Frazoeira em 1841.

Em 1862, há referências no Jornal “O Alvaiazerense” sobre a atuação da “Filarmónica Frazoeirense” nas festas de Avelar. Existem algumas referências à designação de “Filarmónica Carrilense”, durante um curto período de tempo em que permaneceu na aldeia ao lado (Carril).

São os seus estatutos datados de 1909, depois da interpretação de “A Portuguesa “ que data de 1890, pelo que se conclui que nessa época teria a primeira designação: “Filarmónica Frazoeirense”. Apesar dos dois nomes a banda é sempre a mesma.

A 1 de abril de 1943 a Filarmónica regressou à sua aldeia de origem (Frazoeira), com estatutos próprios e com a denominação da sua fundação.

Com a implantação da Republica Portuguesa em 1910 esta música foi adotada como Hino Nacional.

Recentemente esta Filarmónica recebeu das mãos do bisneto de Alfredo Keil, Arquiteto Francisco Keil do Amaral, uma cópia do manuscrito original da marcha “A portuguesa”, como reconhecimento por este facto histórico.

No dia 19 de junho de 2001, a Filarmónica Frazoeirense, foi recebida na Assembleia da República – Palácio de São Bento, por sua Excelência o Presidente da Assembleia da Republica, Dr. António de Almeida Santos, aquando das comemorações dos 90 anos do Hino Nacional Português. A cerimónia teve lugar no Salão Nobre do Parlamento, tocando esta Banda o “Hino Nacional” na presença do Senhor Presidente, Deputados de todos os partidos com assento parlamentar e muitos Ferreirenses.

No dia 24 de maio de 2019, a Filarmónica Frazoeirense esteve presente no Palácio de Belém onde interpretou o Hino Nacional na cerimónia de doação do original da partitura de “A Portuguesa” ao museu da Presidência da República. A Filarmónica e todos os que a acompanharam foram recebidos pelo Senhor Presidente da Republica Marcelo Rebelo de Sousa.

A Associação Recreativa e Filarmónica Frazoeirense, tem um passado, um presente e um futuro. Este último, necessita de ser muito apoiado e acarinhado. É uma coletividade considerada por toda a população, como dignificadora do concelho e significativa na dinamização da cultura musical a nível local, ocupando um lugar de destaque no panorama cultural e na dinamização desta zona do Médio Tejo.

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